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  • Luigi Gambardella*

5G: Uma Parceria Público-Privada de US$ 30 bilhões

Atualizado: 9 de out. de 2020


O poder público brasileiro poderia facilitar o acesso às infraestruturas alternativas – as redes elétricas, por exemplo – e poderia entrar na NewCo “5GBrasil” com uma contribuição in natura, atribuindo as frequências e por meio de um fundo de garantia (por volta de 2 bilhões de dólares no caso de um investimento de 30 bilhões) de forma a reduzir o risco dos investidores. Uma estimação do investimento total, poderia ser na ordem de 30/35 bilhões de dólares, que seriam assumidos pelos investidores internacionais privados, sócios industriais ou financeiros, e os grandes fornecedores também poderiam se parceiros dessa iniciativa.

Claro, não é possível ignorar a complexidade do mercado de telecomunicações no Brasil devida à situação da operadora Oi. Mas esse problema poderia também representar uma oportunidade. Se a Oi pudesse ser dividida em duas sociedades – Oi Rede e Oi Varejo – a NewCo “5GBrasil” poderia assumir a rede da Oi. Essa solução seria muito favorável para ambas as partes. A Oi resolveria parte de seus problemas financeiros e poderia voltar ao mercado com uma Oi Varejo muito mais competitiva, enquanto a NewCo “5GBrasil” poderia contar com uma rede já existente em muitas áreas do país.

A beleza dessa rede 5G única é que todos saem ganhando. O governo brasileiro resolve o problema de construir uma rede de banda larga de última geração em todo o território nacional, eliminando o velho problema da “fratura digital”. As emissoras de TV brasileiras disporiam de uma nova plataforma de distribuição que poderia gerar novos serviços e novos e consistentes rendimentos. Os atuais operadores de telecomunicações poderiam utilizar a nova rede única pagando só o preço do aluguel, sem necessidade de novos investimentos, – uma vantagem que permitiria concentrar suas atividades nas novas plataformas de software garantindo serviços de alta qualidade. Novas empresas americanas, europeias e chinesas poderiam entrar no mercado do varejo, oferecendo novos serviços aos consumidores brasileiros. Basta pensar, por exemplo, nas potencialidades do comércio eletrônico ou dos novos serviços de “Big Data” e Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Robótica...

*Luigi Gambardella é Presidente EUBrasil, ex-Presidente Executivo da ETNO, European Telecommunications Network Operators’ Association e Alfredo Valladão é Presidente Advisory Board EUBrasil, Professor da Paris School of International Affairs (PSIA), Sciences Po Paris

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