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  • Redação

Computadores com baterias de longa duração?

Atualizado: 9 de out. de 2020


A Qualcomm decidiu montar uma verdadeira força-tarefa para levar seus processadores, usados amplamente nos celulares, para os computadores portáteis, os chamados notebooks. Em evento realizado em Maui, no Havaí, que reúne companhias dos mais diferentes setores, a empresa americana anunciou de uma vez só parceria com Microsoft, HP, Asus, Lenovo, Xaomi e até a sua rival AMD, que também produz processadores.

A estratégia da companhia é elevar o faturamento além do celular, hoje sua principal fonte de receita. Os processadores móveis também são alvo de uma disputa bilionária com a Apple, que decidiu questionar na Justiça o pagamento de royalties das patentes ligados aos padrões tecnológicos nos iPhones.

Cristiano Amon, presidente da Qualcomm Technologies, disse que, ao embarcar a sua plataforma, o processador chamado de Snapdragon, em computadores pessoais, não será mais preciso carregar os tablets no dia a dia. Com as novas tecnologias que estão sendo aprimoradoras nos computadores, os notebooks passarão a ter mais durabilidade, com a bateria podendo durar 24 horas.

Para isso, a Qualcomm anunciou parceria com a Microsoft, para permitir que os computadores Windows rodem com sua tecnologia. As empresas estão ainda mirando a nova geração da tecnologia, o 5G, que vai permitir uma velocidade de conexão algumas vezes maior que a da atual 4G.

— O 5G será a nova revolução da indústria e será mais importante que a eletricidade. O 5G vai permitir um custo mais baixo por bit trafegado, reduzir a latência e permitir melhores experiências. O 5G vai acontecer no mundo já em 2019 . Com isso, os computadores vão trafegar dados em gigabit por segundo (e não mais mais megabit por segundo, como ocorre hoje com 3G e 4G) — explicou Amon.

Terry Myerson, vice-presidente do Windows, destacou que a estratégia é que o computador seja usado como os celulares: sempre ligados.

— Estamos sempre pensando em fazer mais por menos. O computador agora será com conexão em gigabit. E com processadores mais robustos a duração a bateria será maior. Não vai mais ser preciso andar com a fonte de carregador dos computadores na bolsa — afirmou Myerson.

Assim, a Asus anunciou que vai começar a vender seu primeiro computador,que promete uma bateria com duração de 24 horas com a nova tecnologia. Chamado de X50, o novo computador vai ser vendido por US$599 nos Estados Unidos, Itália, China, Reúno Unido e França. A HP também terá novos modelos,que começarão a ser vendidos no primeiro semestre do ano que vem.

Quem também pegou carona na nova fase dos computadores foi a Lenovo e a Microsoft, que irão anunciar seus computadores com a Qualcomm no início do ano que vem em evento do setor de tecnologia que acontece todo os anos em Las Vegas, o CSE. Kevin Lensing,vice-presidente corporativo da AMS, outro fabricante de processadores, também decidiu unir esforços com a rival. O objetivo, diz ele, é simples.

— vamos unir forças com essa colaboração para criar e desenvolver produtos para permitir uma melhor experiência — destacou Lensing.

Segundo analistas, presentes no evento, a aposta dos fabricantes pode representar mais um desafio adicional para o segmento dos tablets. No mundo, segundo dados da IDC, tablet cai 6% no mundo neste ano e 10% em 2018. Segundo Leonardo Munin, analista do IDC, a estratégia das empresas é sair na frente da corrida do 5G.

— É uma nova corrida para o mercado de computadores pessoais. E os preços que estão sendo apresentados sugerem como incentivo de crescimento para o segmento de computadores. Essas companhias estão mirando o ano de 2020, quando o ecosistema de 5G já estiver preparado.

Dados do IDC mostram que as vendas de tablets no Brasil também caem. A queda é de 8% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa da consultoria é que sejam vendidos no Brasil 4 milhões de unidades, um recuo de 6% em relação ao ano anterior. Já entre os notebooks a alta foi de 14% no segundo trimestre deste ano. Espera-se, diz o IDC, alta de 1,2% nas vendas neste ano, para 2,9 milhões de notebooks.

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